domingo, 8 de junho de 2014

A FRONTE







Era início da noite quando uma notícia se instalou na sua fronte, não sabia se era algo inventado pela sua inconsciência desejosa ou efetivamente uma notícia do real mundo exterior. Alcide mergulhou num tormento desejoso de alucinações, o desejo de realidade também o condenava. A indistinção fronteiriça era ainda o que mais perturbava. A noite se erguia com mais força e o espelho desfragmentava, conduzindo suas ações a um mundo radioso de veracidade. A distinção se efetivava já quando corria a madrugada. A noite foi embora e deixou um rastro de tortura. Alcide era agora uma manhã de pura realidade. As suas ações se desfrutavam de razão, da razão pura e transcendental. Alcide era agora nulo desejo.